Pais Maus

A Gi, uma minha amiga tão querida e especial me pediu pra escrever um texto sobre sermos "Maus Pais"

Meu filho tem 2 anos e 5 meses. E eu digo com todas as letras e com orgulho que sim, eu sou uma mãe rígida.
Meu filho não faz oq quer, na hora que quer. Ele tem regras. Ele tem horários. E apesar de não ser adepta a castigos, cantinhos da disciplina e afins, consigo fazer que meu filho me obedeça.

O maior orgulho que eu tenho é quando meu filho ganha alguma coisa de alguém e diz obrigado. Quando ele quer passar, ou que alguém pegue algo pra ele e pede por favor.
Quando ele cumprimenta as pessoas. Quando ele as trata bem.

Hoje, escuto de muitas pessoas, que eu tenho que deixar meu filho viver. Que ele é só um bebê e que vai ter tempo de aprender essas coisas. Aí eu te pergunto, quando?
Se eu não ensine HOJE, quando é que ele vai aprender a ser educado? Quando que ele vai aprender que nem tudo é do jeito e na hora que ele quer? Quando ele vai aprender a respeitar as pessoas?

Comigo não tem esse de que ele é um bebê. Quando falo com ele, gosto de ser ouvida. Da mesma forma que gosto de ouvir quando é ele que fala comigo.
Aqui as opiniões dele são respeitadas. Porque não seriam? É a casa dele. Com as coisas dele. Mas não é pq o respeito que tudo é conforme ele quer.

Muitas pessoas criam seus filhos para serem os donos do mundo. Algumas crianças (e adolescentes e adultos) acham que tudo tem que ir de mão beijada pra eles. Que o céu é azul e as coisas são lindas.
Todos os dias, meu marido me conta uma história diferente, com uma pessoa diferente que se acha a dona do mundo (meu marido é professor).
E eu me pergunto, aonde isso vai acabar? Com pessoas mesquinhas. Egoístas. Sem limites.
Muitas delas se tornarão desonestas. Não terão um emprego ou uma vida digna.

Nós, como membros da igreja de Cristo, aprendemos que devemos ensinar nossos filhos o caminho que deve andar ainda na mocidade.
E é isso que faço pelo meu menino. Quero que ele se torne um homem digno e respeitador. Que ele saiba que existem outras pessoas no mundo e que elas tem tantos direitos quanto ele.
Quero que ele RESPEITE.
Eu não crio ele em uma redoma de vidro, onde tudo é perfeito e todas as pessoas são felizes.

Há algumas semanas. Durante uma atividade de nossa igreja, o Morôni ficou encantado com uma criança que estava em uma cadeira de rodas. Ele ficava olhando. Apontando. Eu expliquei a ele que algumas pessoas não podiam andar como ele anda. Que algumas crianças precisavam de alguma ajuda pra fazer algumas coisas. Mas que era uma criança normal, que precisava de amor, igual às outras crianças.
E passou. A atividade continuou e foi servido o lanche. E meu filho de 2 anos. Que não entende oq eu falo. Que precisa ser livre. Pegou um pedaço de bolo e sem ngm falar nada pra ele, levou para aquela criança na cadeira de rodas.

As crianças são puras. Mas é nossa responsabilidade cria- las para se tornarem boas pessoas. Pra que não percam essa pureza.
E se pra isso, eu tiver que ser taxada como uma mãe má , por não ser permissiva, por impor limites ao meu filho. Por ensina- lo. Então tá bom.
É melhor ser uma mãe má e ter um filho honesto, que ser uma mãe boazinha e ter um filho ladrão.