sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Precisamos falar sobre o Puerpério.

Eu poderia começar esse post dizendo que tudo é lindo quando se tem o segundo filho. Que o amor multiplicado é o mais forte que alguém pode sentir. Que é fácil ter o segundo filho por causa da prática. Que a privação de sono nem incomoda tanto.
Poderia.
Mas não vou. Pq me lembro claramente do dia que meu marido chegou 15 minutos atrasado do trabalho e encontrou nós 3 chorando: Tarsila pq queria mamar, Morôni pq queria colo e eu por não conseguir lidar com os dois. Tarsila tinha 12 dias de nascida e foi o dia mais difícil até hoje.

Meu puerpério do Morôni foi tranquilo. Tive o baby blues quando ele tinha 4 dias e meu leite desceu nesse mesmo dia. Chorei poucas vezes durante o puerpério. Precisei tomar decisões difíceis, mas não foi difícil.
Com 30 dias minha menstruação veio. Com 40 dias quebrei o resguardo. Tudo tranquilo. E fácil.

Aí veio minha pequena Tarsila. Como ela nasceu de noite, precisei ficar 3 noites no hospital. Na primeira noite eu era ocitocina pura. Nem dormi, apesar dela ter dormido bem. Queria conversar, namorar minha filha. Queria gritar pro mundo inteiro. Queria todos felizes junto comigo.
No dia seguinte, mais felicidade, meu príncipe conheceu a irmãzinha, tudo lindo e maravilhoso. Eu estava encantada e apaixonada.

Aí eu cheguei em casa.
Tive ajuda por 10 dias. Até retirar os pontos da cesárea. Depois desse tempo fomos eu e Deus.
Chorei todas as noites até ela completar um mês. Avaliei e reavaliei minha decisão de ter engravidado, pois eu sentia que estava privando meu filho de mim. Questionei com meu marido como ele permitiu q isso acontecesse. E chorei. Chorei por amar tanto a minha filha e "achar" q eu a estava renegando. Chorei por não ser duas. Por não poder me multiplicar, assim como meu amor multiplicou a partir daquele primeiro choro.
Achei que não fosse conseguir. Me culpei. Me julguei. Não me amei.
Forcei meu corpo praticamente no limite. Com 20 dias de cirurgia meu filho caiu da cadeira e eu obviamente o peguei no colo. Do chão. Me abaixei e levantei ele.
Com aproximadamente 25 dias, meu sangramento parou, pra retornar alguns dias depois, por ter me esforçado ao andar e pegar meu filho no colo, na rua.
Com 39 dias meu sangramento parou de vez e minha líbido ficou enterrada em algum lugar. Com 40 dias, quebrei o resguardo, não por mim, mas por ele. E só nos relacionamos novamente depois de duas semanas.
Nesses 4 meses de puerpério não foi fácil. A culpa me assolou diversas outras vezes. Eu ainda, apesar de já ter terminado o puerpério, não me encontrei como mulher.
Mas como mãe já :)
Amo esses dois seres lindos e celestiais que o Pai Celestial me enviou. Amo ter a oportunidade de ama-los. Amo ser mãe deles.
Existiram inúmeros outros problemas durante meu puerpério, que terminou na noite de natal, que foi quando a minha menstruação resolveu aparecer.
Mas hoje, vejo q é compensador. Vejo os dois, juntos e me da mais e mais certeza de que tomei a melhor decisão da minha vida: a de ser mãe de dois.

O melhor presente que uma mãe pode dar a um filho
É um irmão.

5 comentários:

  1. Vai dar tudo certo!
    Estamos com você!

    Bjus

    http://esperando-esperar.blogspot.com.br/

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  2. Oi Fe

    Puerpério é difícil mesmo. Aqui em casa o segundo foi mais tranquilo do que o primeiro. Isso porque além de baby blues e da idealização surreal que eu tinha da maternidade, eu sofria demais por não dormir na tentativa dele dormir no berço. Foi punk.
    Já nesse eu previa os piores cenários, o que me ajudou um pouco.
    Fácil não é mesmo. Libido voltou e depois foi embora, aí já viu!!

    Mas maternidade é uma loucura!! Eu vou da energia a exaustão em segundos hahahahahah

    Bjs!!

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  3. Fê, te deixo aqui meu abraço! Sim, precisamos de falar sobre o puerperio. Falar a verdade. Que a gente precisa de ajuda, que a gente precisa de julgar menos, que a gente precisa de mais amor. E que o amor pelos filhos não vem instantaneamente. Ele é construido devagarzinho.
    Tente se amar mais, não se sinta culpada. Você não está privando nenhum dos seus filhos de nada. Você está sendo uma mãe que dá o melhor pra eles, que é a melhor que eles poderiam ter. Mas que não é perfeita por ser humana.
    Beijos no seu coração!
    Rita

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  4. Olha os primeiros 15 dias aqui foram terríveis, eu quero muito um segundo filho e torço para q seja diferente pois ñ curti minha filha bebe, nem me lembro muito bem ate ela completar os 3 meses, agora te sendo sincera, a gente ate tenta avisar sobre o puerpério mas muita gente ignora rsrsrsrs

    http://maecolorida.blogspot.com.br/

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  5. Oi, Fernandaaaaaaaaaaaaaaa!

    Eu tou sumida mas tou viva! Kkkkkkkkk vou tentar voltar com o Desejo de Bebê...que lindeza está o seu blog com essa capa! Que amor!

    Fernanda, volta a escrever, conta mais pra gente sobre ser mãe de dois...eu te confesso que depois da chegada oficial do meu pedacinho de céu e de acompanhar a luta das mães de dois do meu grupo de mães, eu dei uma desanimada do segundinho. Se eu pensava em talvez tentar outro com 3, agora só penso com 5 anos.

    Acredito que com dois filhos, a experiência é mesmo dobrada. E como tive um começo maravilhoso com meu pequeno, um puerpério tranquilo...tenho medo do segundo acabar com essa experiência boa que vivi. Será? =/


    https://desejodebebe.wordpress.com/

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